É fato notório que desde o início de 2020, quando fomos surpreendidos pela pandemia decorrente da Covid-19, drásticas mudanças afetaram diversas áreas das nossas vidas.

Há um ano dificilmente imaginávamos que o enfrentamento da pandemia estaria ainda mais difícil e com maiores restrições, sendo que o atual cenário dos empregos – ou a falta deles – é uma das maiores preocupações do brasileiro.

O governo comemorou o desempenho do mercado de trabalho em 2020, uma vez que o Cadastro Geral de Empregados Desempregados (Caged) fechou o ano com saldo positivo de 142,7 mil empregos formais, ou seja, com carteira assinada.

Ainda, o governo afirmou que em 2019 “menos pessoas tiveram as suas carteiras de trabalho assinadas”, mas esta não é a realidade dos fatos, infelizmente.

A pandemia encerrou 1,6 milhão de postos entre março e junho, sendo que foram recuperados apenas 1,4 milhão depois da fase mais aguda da Covid-19, sendo ainda que o saldo positivo decorre principalmente dos empregos criados antes, em fevereiro e janeiro.

Outro fator que influencia os números trazidos pelo Caged se refere a 73,2 mil vagas que se referem a contratos de trabalho intermitentes, ou seja, quando o profissional trabalha em dias alternados ou por horas determinadas, que variam de um mês para outro, sendo esta modalidade de contratação muito utilizada nos últimos meses por empresas que se encontram em situação difícil e afetadas pela insegurança da evolução dos negócios.

Ademais, a contratação de trabalhadores temporários também aumentou, apresentando o número de 2 milhões de profissionais contratados em 2020, crescimento de 34,8% com relação ao ano de 2019.

As vagas temporárias são vistas pelos empregadores como uma solução para suprir a demanda de serviço complementar nas empresas em um momento de incertezas sobre o futuro.

Infelizmente este cenário não é exclusivo do Brasil. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimou que a Covid-19 encerrou 255 milhões de empregos no mundo todo.

Um dos meios utilizados pelas empresas para a manutenção dos empregos é o teletrabalho, sendo nítida a sua evolução desde o início da pandemia.

De toda forma nós não podemos esquecer que 86% dos ocupados brasileiros não conseguem trabalhar remotamente, de acordo com um estudo em andamento da consultoria IDados. Sendo assim, resta claro que, com a piora da pandemia neste início de 2021, a tendência é que as oportunidades nas profissões necessariamente presenciais sigam cada vez mais raras.

Em contrapartida, o teletrabalho tem sido bem aceito pelos trabalhadores, bem como a sua adoção pelas empresas está cada vez maior. Em uma rápida comparação, o número de pessoas ocupadas, que exerciam sua atividade de maneira remota, era de 7,3 milhões em novembro de 2020, sendo que em maio do mesmo ano, onde houve a maior restrição à circulação e aglomeração de pessoas, o número de trabalhadores em teletrabalho foi de 13,3%.

O home office tem previsão de utilização mesmo após o fim da pandemia, tendo em vista a boa aceitação pelos funcionários, bem como a manutenção da produtividade, o que gera vantagem para empregado e empregador.

Infelizmente o cenário atual quanto à geração de novas vagas de trabalho não é promissor, sendo que a maioria das empresas tentam incessantemente buscar formas de inovação para que se mantenham ativas, consequentemente mantendo os empregos.

Por fim, mesmo após o fim da pandemia o esperado é que caminhemos devagar, ainda em teletrabalho – para as funções que permitem esta modalidade –, e ainda com o crescimento dos contratos de trabalho intermitentes e temporários.

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