dis·rup·ti·vo


adjetivo

Que provoca ou pode causar disrupção; que acaba por interromper o seguimento normal de um processo; interruptivo, suspensivo.

Expressão

Tecnologia Disruptiva. Designação atribuída a uma inovação tecnológica (produto ou serviço) capaz de derrubar uma tecnologia já preestabelecida no mercado.

Há exatos 10 meses teci minhas considerações ao Blog da AHO acerca da adesão das empresas ao modelo home office, medida que até então foi vista como definitiva por muitos empregadores, e temporária para a grande maioria.

Contudo, apesar de nossos desejos e esperanças depositadas na melhora da pandemia, estamos vivendo uma realidade ainda mais angustiante. Diante desta situação prolongada, uma das maiores lições que aprendemos foi a necessidade imediata da reinvenção, e de continuarmos nos reinventando.

Não, não há espaço para conservadorismo na atualidade – ao menos nesta atualidade. Restaurantes estão precisando sobreviver sem atendimento presencial, apenas com deliveries, ou drive thru, vendas por WhatsApp ou através de postagens em redes sociais. Escolas precisaram implementar o ensino à distância, e até a consultas por telemedicina uma parcela da população teve acesso. O que nos faz pensar que com o trabalho desenvolvido em escritórios a situação seria diferente?

Quem não se adaptou a trabalhar longe do espaço físico de um escritório, longe de sua estação de trabalho, da rotina de reuniões presenciais e de sua rotina, certamente não teve um espaço muito grande em seu emprego. Justo? Não cabe a mim dizer. Mas como agir de outra forma com a realidade e as contas batendo em nossas portas diariamente? A resposta é se adaptar!

O ser humano é extremamente adaptável, acostumado a traçar um plano sempre que se vê em um habitat ou situação diferente. Embora a implementação do home office tenha sido atropelada – e até problemática, em alguns casos –, grande parte dos empregadores começaram a estudar melhor o modus operandi de suas empresas e viram no modelo híbrido uma possibilidade interessante para mesclar o trabalho remoto ao presencial.

Mas como seria este modelo híbrido na prática?

Embora fique a cargo de cada empresa definir as diretrizes, trata-se de uma mescla entre o home office e o trabalho presencial. O ponto essencial do modelo híbrido é a flexibilidade. Nele, pode ser permitido que parte dos funcionários laborem em casa, seja em alguns dias da semana ou permanentemente, e que a outra parte esteja fisicamente no escritório, seja em esquema de rodízio ou também permanentemente.

Em março, a Ford informou que 30 mil funcionários de seu escritório (sediado nos Estados Unidos) poderão aderir ao modelo híbrido, podendo trabalhar em home office, mas comparecendo à sede da empresa para reuniões e demais projetos quando necessário.

A Microsoft, sediada em Redmond, Washington, colocou em prática o trabalho híbrido em 29 de março passado. Pelas palavras da CEO Satya Nadella, “No ano passado, nenhuma área passou por uma transformação mais rápida do que a forma como trabalhamos. As expectativas dos funcionários estão mudando, e precisaremos definir a produtividade de forma muito mais ampla – incluindo colaboração, aprendizagem e bem-estar para impulsionar o avanço na carreira de todos os trabalhadores, incluindo trabalhadores da linha de frente e do conhecimento, bem como para novos graduados e aqueles que estão na força de trabalho hoje. Tudo isso precisa ser feito com flexibilidade de quando, onde e como as pessoas trabalham.” (grifos nossos)

O fenômeno denominado Anywhere Office já era um prelúdio para o trabalho híbrido, pois consiste na ideia de que qualquer lugar pode ser seu escritório. Na prática, ele foi marcado principalmente pelo crescimento de Coworkings, que nada mais são do que espaços compartilhados voltados para o trabalho. Neles encontramos pequenas ou grandes salas para aluguel, por curto ou longo período, sem a necessidade de um contrato formal. Nos mais modernos, podemos inclusive encontrar áreas de café, lanchonetes e salas para palestras disponíveis.

Enquanto temos pessoas totalmente adaptadas ao home office, com mais tempo para a família, alimentação saudável e menos tempo perdido em deslocamento, muitas reclamam que sua produtividade não é a mesma em casa, que trabalham muito além da jornada normal, ou que trabalham menos por não conseguirem se organizar. Há também o caso da demanda de clientes que fazem questão do contato olho a olho, daquele almoço de negócios, ou até de uma conversa mais amigável, porém longe de uma tela de celular ou computador.

De toda forma, após praticamente um ano de instabilidades e incertezas, já percebemos que, além de adaptabilidade, planejamento é uma necessidade para gerir seu negócio ou empresa. Converse com sua equipe, promova reuniões, enquetes e debates sobre como está sendo a produção em casa. Fale com seus funcionários sobre seus medos e desejos para o trabalho em um mundo pós pandemia. Analise se sua empresa se saiu bem com o home office e se estaria aberta a um modelo mesclado, apesar de todas as adversidades. Estude e esteja aberto para esta nova ideia.

Afinal, não podemos afirmar que não tínhamos como prever esta tendência mesmo fora de um cenário pandêmico, pois vivemos em uma era de imediatismo e grande avanço tecnológico, com criação de diversas nuvens para armazenamento e demais softwares de comunicação, aplicativos para reuniões virtuais, entre outros. Tudo apontava para um modelo de trabalho mais autônomo e flexível. Em um primeiro momento, é comum que achemos a proposta um pouco confusa e inaplicável, mas que ela veio para ficar é uma das poucas certezas que temos em um cenário pós-pandemia.

Referências:
“DISRUPTIVO”, In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2020. Disponível em: <https://www.dicio.com.br/disruptivo/>. Acesso em: 07/04/2021.

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