Essa contagem e pergunta certamente são conhecidas de quem teve o prazer – e a dor – de assistir o afamado musical RENT, e tem se repetido na minha cabeça ao pensar no que escrever ao Blog AHO desta semana.

Semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher e que, para muitos, marcará 1 ano da implementação das medidas de distanciamento social e restrição de movimentação por conta da pandemia da COVID-19 e quando, por nossa exclusiva culpa, voltamos a ver as cidades fechando, os hospitais colapsando e o número de mortes subindo. Com tantos temas, difícil é definir sobre o que falar.

Antes, contudo, uma justa homenagem a vocês, Mulheres, que tanto nos inspiram a sermos melhores como pessoas em sociedade. Tanto em família quanto no escritório – e, a quem me conhece, desde já peço licença por esse “pleonasmo” – tive e tenho a honra de aprender com pessoas maravilhosas e geniais.

Vocês, Mulheres, merecem mais que o mundo! Muito Obrigado por tudo e, podendo, tentem perdoar aqueles “energúmenos” que ainda não entenderam a importância de vocês – são eles que perdem, saibam disso!

Voltemos ao outro – e triste – marco dessa semana.

Lembro-me como se fosse ontem, pouco depois do carnaval, num final de semana em que se começou a falar mais acaloradamente daquela “doença lá na China” – onde poucos sequer sabiam falar os nomes da cidade de Wuhan ou de sua província Hubei –, surgiram os indícios de que haveria lockdown no Estado.

E aí? Fechamos, não fechamos? Sobreviveremos?

A decisão da AHO, como de costume, privilegiou o ser humano: vamos trabalhar em casa e proteger o nosso ativo mais importante.

Óbvio, isso foi possível pois estávamos preparados – não para a pandemia –, mas para sermos flexíveis. Ainda que não fosse, teríamos ido para casa. Não tenho dúvidas.

Hoje, com mais de 250.000 mortes (contabilizadas) só no Brasil, vimos quão importante foi essa decisão. Mesmo assim, ninguém passou impune por essa pandemia.

Foram amigos, parentes, colegas, conhecidos. Foram pessoas que nos deixaram não só por conta do vírus, mas por nossa ignorância. Não sabíamos como tratar e, quando começamos a aprender, não soubemos respeitar o mínimo que era necessário para esse momento.

Não foi fácil e nem será fácil superar o que ainda está por vir. Mas vamos, tenho certeza!

Entretanto, se não podemos mudar a história, devemos aprender com ela. E quanto aprendemos nesse ano de tantos adeuses que deviam ter sido evitados!

Aprendemos que, realmente, podemos trabalhar de qualquer lugar – desde que se tenha internet e, se possível, ar-condicionado.

Descobrimos que é possível ter colaboradores, sócios, parceiros e empregados em diversos lugares ao mesmo tempo, sem que sejamos enormes multinacionais!

Ah, Zeca Baleiro, quão certo você estava ao cantar quão pequeno é “O Mundo”! Hoje, é o pequeno negócio do seu bairro que tem gente da Pérsia, gente da Prússia…

Tornamo-nos interligados, conectados, virtualizados – e, como tudo em excesso, corremos o enorme risco de nos tornamos ainda menos humanos.

Se é tão fácil fazer uma reunião virtual, uma audiência tele presencial ou uma sustentação oral no mais augusto dos Tribunais mesmo estando na mais simples choupana – ou, por que não, no banco da praça –, aprendemos quão difícil é lembrar das mais básicas regras de educação, bom senso e etiqueta profissional.

Se algumas grosserias podiam (e deviam) ter sido evitadas, outros deslizes certamente ajudaram a tornar esse ano menos pesado – vai demorar para esquecermos do Ministro com fundo animado de tubarões, do advogado com filtro de gato na sessão de julgamento e tantas outras situações que, não aos envolvidos, resultaram em boas gargalhadas da “plateia virtual”

A quem pode se reinventar, 2020 foi uma janela aberta para novos e desconhecidos horizontes – verdadeiros “oceanos azuis” nesse mar vermelho que se pintou para tantos!

Mas não aprendemos que essa reinvenção, essa inovação nas formas de trabalhar e produzir, só serão realmente disruptivas se forem viáveis e acessíveis para todos, e não somente para aqueles que puderam pagar seu preço.

Isso, infelizmente, parece que ainda não aprendemos.

Talvez, só talvez, ainda estejamos na segunda estrofe daquela música, ainda medindo o ano em nascer e pôr do sol, em cafezinhos, centímetros, metros, risos ou choros, e nos faltem estações para amadurecer!…

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