Não é de hoje, apesar de parecer tristemente esquecido por alguns, que os profissionais de destaque são aqueles que nunca pararam de aprender.

Seja advogado, médico, engenheiro, agricultor, professor ou artista, cada dia deve ser encarado como uma oportunidade de aprendizado, não apenas como um trabalho ou obrigação.

Argumentarão alguns que isso é “modismo”, fruto de um tempo em que o “politicamente correto” tornou-se obrigação, e onde, “para esconder falta de conhecimento técnico”, se exige soft skills. (N.A.: não haveria aspas suficientes já escritas pela humanidade para deixar claras as minhas ressalvas a essas afirmações).

A mim, caro leitor – certamente por conta dos exemplos com que fui agraciado durante minha vida –, é justo o oposto: o avanço da sociedade deu ferramentas e possibilidade de conhecermos esses exemplos, esses profissionais, esse novo modo de agir que raramente era ensinado nas escolas, faculdades e mesmo nas empresas, mas que, quando eram encontrados, rapidamente se destacavam como joias raras.

Nas carreiras jurídicas também não é diferente: ainda que, no imaginário profissional, esses atores sempre fossem narrados como cultos, eloquentes e amplos conhecedores da realidade social, política e cultural, o mesmo  avanço social acima descrito desvelou as falhas e faltas de conhecimento existentes.

Se antes se argumentava e se escrevia com a minúcia de Umberto Eco, regando os textos com expressões e aforismos tão bem talhados quanto as poesias de Olavo Bilac, hoje devemos nos espelhar na concisão e rigorismo de Graciliano Ramos, trazendo os fatos e seus argumentos sem floreios.

Só que não podemos parar por aí: escrever e argumentar já não bastam ao advogado. É preciso entender – e reaprender – a realidade dos negócios por ele assessorados, dos clientes atendidos, de como a sociedade está se comunicando.

Inteligência Artificial, “Data Pools”, jurimetria, “legal design”, “blockchain”, “reels”, mídias digitais, tráfego de dados etc., são expressões que já estão tão comuns aos operadores do direito quanto contabilidade, economia e estudos sociais “lato sensu”.

E é aqui que a grande transformação acontece: se, desde sempre, mesmo as melhores faculdades, os mais primorosos professores e os mais atualizados cursos nunca conseguiriam ter em seu currículo todas as novidades e inovações sociais, certamente foram capazes  de incutir nos seus alunos a capacidade de buscarem esse conhecimento por si e todo dia.

É preciso estudar tudo? Não, mas também não faz mal algum fazê-lo, já que conhecimento nunca ocupou espaço ou se mostrou demais a qualquer pessoa. Cabe a cada profissional definir o que lhe é mais importante e até onde quer se aperfeiçoar.

Mas aqui cabe uma decisão – pedindo licença para reproduzir uma metáfora que recentemente ouvi numa rede social –: o quanto você vai se dedicar à sua carreira vai definir em qual liga você vai atuar.

Está satisfeito em disputar nas divisões mais baixas, disputando clientes com os mais de um milhão de advogados hoje inscritos no país? Tudo bem, a formação acadêmica pode ser suficiente.

Quer se destacar um pouco, ser reconhecido pelo que faz e por seus pares, disputando em divisões intermediárias, mas já sem se preocupar com o número de advogados inscritos? Você vai precisar se esforçar, estudar fora do horário para se aprimorar e aperfeiçoar, comparecer a eventos e se mostrar ao seu público!

Agora, se quer disputar uma vaga entre os melhores, ser referência na sua profissão e ser procurado por aquilo que é capaz de fazer e ensinar, lamento dizer, mas você nunca vai parar de estudar e aprender, sendo irrelevante se está no escritório, em casa ou em suas férias, pois haverá sempre algo novo para se descobrir e (na hora certa) estudar mais a fundo.

É exatamente por isso que aprender sempre e buscar melhorar a cada dia tornou-se tão importante: não é modismo ou algo criado pelas novas gerações. É uma necessidade que precisamos abraçar, se não quisermos ficar jogando o mesmo jogo dos nossos concorrentes e reclamando que a competição – e os preços – estão cada vez mais baixos!…

Mas e você, caro leitor, já decidiu o que vai aprender hoje?

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