O golpe está aí… Cai quem quer?

A transformação digital nos trouxe conveniências e oportunidades, mas também nos expõe a diversos novos riscos. A cada dia surge um novo golpe e uma nova vítima nessa realidade digital em que vivemos, bastando atenção e cuidado para que não sejamos a próxima vítima. Será mesmo?

Desde mensagens e ligações fraudulentas, sites que replicam com precisão quase cirúrgica a imagem de empresas idôneas, e até mesmo ligações e chamadas de vídeo que se utilizam da Inteligência Artificial e de engenharia social, para induzir a vítima a acreditar que está falando com um conhecido, chefe ou parceiro de negócios quando, na verdade, está tratando com um golpista!… Todos estes são exemplos da falta de limites para a criatividade criminosa destas pessoas.

Um golpe tem chamado a atenção da classe jurídica – mas já não se limita a ela – e tem preocupado bastante: o golpe do “falso advogado” (ou do “falso profissional”).

Neste esquema, os criminosos obtêm informações públicas – processos, pedidos administrativos, qualquer dado que se relacione a um processo burocrático, seja ele jurídico ou não – e contatam o cliente via WhatsApp, se apresentando (inclusive com foto!) como o advogado/profissional que eles contrataram/conhecem/confiam, trazendo uma boa notícia: aquele “problema” / “processo” que ele tinha se resolveu!

Para dar legitimidade ao contato, o trapaceiro inclusive manda cópias do processo em nome da vítima, não poucas vezes sem qualquer sentido para a “boa nova” trazida, e, não poucas vezes, acompanhadas de “documentos” com o brasão da República ou símbolos oficiais do Estado, para “credibilizar sua estória”…

Conseguindo a atenção e interesse da vítima, a arapuca se fecha de diversas formas: alguns informam que será preciso recolher “custas judiciais” para esse recebimento – que já está liberando, apenas esperando esse pagamento –, inclusive enviando “boletos” oficiais para pagamento direto (direcionando os valores a contas de laranjas), ou, estranhamente, apenas pedem os dados bancários para transferência do(s) valor(es). Mas, o que ganhariam esses golpistas só com esses dados, sem pedir/receber valores?

É aqui que os requintes de crueldade e criatividade criminosa se mostram “incomparáveis”: neste instante, nada acontece – um crime sem vítimas, certo? Entretanto, algum tempo depois, a vítima recebe uma ligação…

Ainda que se estranhe a ligação, o identificador de chamadas indica ser do seu Banco – afinal, só empresas consolidadas conseguem ter esse tipo de serviço das operadoras –, com uma pessoa que se apresenta como gerente, sabe o número da sua agência, conta, CPF, endereço … Tudo conforme protocolos de validação comuns aos serviços bancários… E, depois de uma conversa tranquila, apenas pede que você valide aquele atendimento com um código que recebeu no seu celular…

E, neste momento, aplicam o verdadeiro golpe, acessando a conta bancária e realizando empréstimos e transferências bancárias em seu nome… Pronto, agora é correr atrás do prejuízo!
Em algumas situações – especialmente se as transações destoarem do padrão e atividades comuns da vítima junto àquele banco – vai ser possível o ressarcimento dos prejuízos perante o Judiciário. Pois, apesar de ainda bastante discutida, está se consolidando a responsabilidade do Banco para atentar aos desvios de padrão e transações de seus correntistas, protegendo-os deste tipo de manobra.

Todavia, também é necessário que cada um de nós adote uma postura de vigilância ativa nas interações de nosso dia a dia, especialmente nas realizadas por meios tecnológicos e sem contato direto, cultivando um ceticismo saudável e desconfiando de contatos repentinos, por mais oficiais que pareçam.

Afinal, se tentarem lhe vender uma máquina de imprimir dinheiro, você acreditaria? Então, por qual razão não se acautela ao atender uma ligação ou responder uma mensagem de WhatsApp, ainda que tenha uma foto conhecida, mas proveniente de um número estranho?

A luta contra os golpes digitais é, portanto, uma jornada dupla, que combina a educação e a prevenção individual com a capacidade de resposta legal. A prevenção continua sendo o melhor remédio! Mas, se a fraude se concretiza, a busca do Judiciário e o apoio de um advogado de sua confiança são essenciais para restaurar o seu patrimônio e proteger os seus direitos!

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