Há dois anos, estamos vendo o mercado de trabalho se transformar e os contatos serem feitos, em sua maior parte, e em casos possíveis, de forma telepresencial, visando a manutenção do distanciamento social e a contenção da propagação da COVID-19. Agora, temos o metaverso! Será que é viável transportá-lo para as relações de trabalho?

Antes de mais nada, para entendermos até mesmo o título do presente artigo, precisamos entender o que é o “metaverso”. Ele nada mais é do que um espaço virtual e coletivo, criado através da realidade aumentada, onde as pessoas podem interagir umas com as outras.

Sabe aquela realidade virtual que assistimos em filmes, tais como Minority Report, Homem de Ferro, Avatar, Matrix, Wall-e e até mesmo no Robocop, em que as pessoas se integram com robôs, podem ver e até mesmo interagir com ambientes? Pois bem: o metaverso seria essa realidade aumentada, combinada com um ambiente coletivo e compartilhado, através do qual é recriada a experiência física de um escritório, por exemplo, no ambiente digital.

O metaverso seria uma forma de fomentar as relações interpessoais, através da tecnologia. Ao invés de você ir até o escritório físico de seu advogado, por exemplo, você ingressaria em uma sala de reunião virtual, mas com a vivência muito mais próxima da física. Ao invés de chamadas através de aplicativos de ligação com câmera, tais como Microsoft Teams, Zoom ou Google Meet, a interação ocorrerá em ambientes muito mais próximos dos físicos e reais.

Ao invés de apenas ingressar na chamada para realizar a reunião e ser desconectado logo que esta se encerra, você poderá encerrá-la mas continuar conectado com todo o ambiente corporativo, fazendo coisas que somente faria se estivesse fisicamente no espaço de trabalho: andar pelo corredor, fazer uma pausa para o café enquanto conversa com outros colegas de trabalho, cruzar com outros funcionários enquanto se desloca, dentre outras coisas.

Eu sei, tudo isso parece bem distante de nós e até meio alucinado, mas se pensarmos que tudo isso já vem sendo discutido desde 2003 – e no Brasil desde 2006 –, analisar isso tudo agora em 2021 nos parece bem mais perto da efetiva utilização por todos.

Mas, voltando ao tema principal, é viável a aplicação desse “universo paralelo” nas relações de trabalho?

Para Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, sim! Ele é um dos líderes da missão criada de torná-lo disponível e acessível para todos.

Ele disse a seus funcionários que o metaverso será uma grande parte do futuro do Facebook, explicando que “É um ambiente virtual onde você pode estar presente com as pessoas em espaços digitais” e ainda que “Você pode pensar nisso como uma Internet incorporada na qual você está dentro, em vez de apenas olhar. Acreditamos que este será o sucessor da internet móvel”.

Se pararmos para pensar que, nas últimas pesquisas, encontramos pessoas que disseram recusar propostas de trabalho por se tratar de trabalho presencial, podemos perceber que o cenário de homeoffice, ou ao menos híbrido, realmente veio para ficar, e que o metaverso unirá a experiência “física” com essas novas formas de trabalho.

Claro que, para que tudo isso se torne realidade, dependerá de investimento em conexão de internet e equipamentos por parte das empresas, e até mesmo de tempo de adaptação por parte de todos, mas acredito, sim, que seja viável a utilização do metaverso nas relações de trabalho, sendo inclusive uma evolução natural do ambiente de trabalho que vemos hoje.

As leis trabalhistas precisarão se atualizar para abranger essa nova forma de trabalho, da mesma maneira que precisou fazer quando o homeoffice se tornou realidade, cabendo aos nossos legisladores o conhecimento profundo de tais questões.

E você, o que acha da utilização do metaverso? É a favor ou contra?

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