Você sabia que no Brasil a igualdade de gênero é o 5º objetivo do “Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento”? Esse objetivo foi traçado com o intuito de reforçar e monitorar a igualdade e a não-discriminação com base no sexo, sendo considerada situação essencial para o crescimento econômico do país, bem como para o desenvolvimento social.

Porém, sabemos que no país a desigualdade de gênero do mercado de trabalho é latente e crescente, sendo certo que em momentos de crise – como a pandemia da COVID 19 que (ainda) vivenciamos – as mulheres têm 24% mais chances de serem demitidas do que os homens, pelo “simples” fato de serem vistas pela sociedade como responsáveis exclusivas pelos filhos, conforme pesquisa realizada pelo Catalyst[1].

Nesse cenário ––  e entre outros motivos pelos quais as mulheres ainda não são vistas como pares no ambiente de trabalho, ainda que exercendo a mesma função de um homem –– é que podemos sentir que essa desigualdade somente irá mudar, e terá força para evoluir, com mudança legislativa, política e cultural.

Com essa desigualdade em mente, e querendo a busca por melhorar, foi proposta a Medida Provisória 1.116/2022, já aprovada pelo Senado e aguardando sanção do Presidente da República.

A MP propõe a criação do “Programa Emprega Mais Mulheres e Jovens”, destinado à inserção e à manutenção de mulheres e jovens no mercado de trabalho, a ser implementado por meio das seguintes medidas:

  • apoio à parentalidade na primeira infância;
  • qualificação de mulheres em áreas estratégicas para a ascensão profissional;
  • apoio ao retorno ao trabalho das mulheres após o término da licença-maternidade;
  • incentivo à contratação de jovens por meio da aprendizagem profissional.

O “Programa Mais Mulheres” busca a garantia de igualdade salarial para mulheres e homens que exerçam a mesma função, vedando a diferença salarial em razão do gênero.

Sabemos que a legislação trabalhista, no art. 461 da CLT, prevê, há muito tempo, a equiparação salarial para os empregados que exerçam função idêntica, não devendo existir distinção de sexo, nacionalidade ou idade, e, buscando a efetividade desse reconhecimento, o Programa Mais Mulheres busca a garantia da isonomia nas remunerações.

É de extrema importância que busquemos sempre a promoção da igualde de gênero no trabalho, e não digo isso apenas para que haja contribuição para o desenvolvimento sustentável da sua empresa ou melhora da reputação, mas sim para que possa ocorrer o aumento de produtividade e busca constante do sucesso.

Elencarei algumas estratégias para que cada vez mais possamos conquistar a igualdade de gênero no ambiente de trabalho:

  • Ouça suas colaboradoras – busque saber o que as mulheres esperam da empresa, pois somente entendendo os desafios enfrentados por elas é que poderá implementar políticas internas que visem o crescimento profissional delas dentro da empresa, sem o risco da discriminação.
  • Tenha a igualdade de gênero como um valor da sua empresa – saiba disseminar a igualdade a todos os colaboradores, clientes e fornecedores, implementando no código de conduta medidas que combatam a discriminação de gênero, promovendo formas de comunicação a respeito do tema.
  • Tenha um canal de denúncias – o assédio sexual é um problema enfrentado em sua grande maioria pelas mulheres, ameaçando a permanência no trabalho e a evolução da profissional. Pense “fora da caixa”: além das medidas legais, busque conscientizar os colaboradores no combate ao assédio.
  • Busque a flexibilidade da realização do trabalho em formato home office – ofereça horários flexíveis e dê a opção –– sempre que a atividade seja possível de ser exercida em casa –– do trabalho em home office, ainda que seja em sistema de escala entre os colaboradores da mesma equipe. Essa é uma medida que favorece tanto mulheres quanto homens, permitindo que os colaboradores consigam conciliar a vida profissional com a vida familiar, organizar os filhos e a casa. Essa medida fortalece a igualdade de gênero, beneficiando a ambos.

E claro: se o intuito é buscar e fortalecer a igualdade de gênero no ambiente de trabalho, é de extrema importância a garantia da isonomia de remuneração entre homens e mulheres!

Assim, peço que reflitam o que nosso trabalho se tornou; quando e onde acontece; por que estamos fazendo isso; e como torná-lo mais bem sucedido e produtivo. Devemos dar uma nova olhada em quem está fazendo o trabalho!

[1] https://www.catalyst.org/research/women-in-the-workforce-global/

 

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